Palco da Pedreira Paulo Leminski
Nos interessou, especialmente, a contradição que se apresentava: a vegetação que cresceu após o abandono da atividade de extração da pedra ferro (basalto ferruginoso), conferiu uma aparência “natural” a esta topografia que é eminentemente fruto de uma atividade industrial/humana. Assim, havia uma oportunidade de compor com o que era percebido como natural e o que era percebido como artificial.
A nós coube pensar a nova cobertura permanente para o palco, uma vez que a antiga não atendia as dimensões necessárias aos maiores eventos e sua estrutura encontrava-se perigosamente fragilizada.
Logo nas primeiras análises do terreno, ficou claro que o mais importante era o espaço em si: a topografia, a vegetação, a textura das paredes de pedra, a história. Assim, definimos que a intervenção deveria estar subordinada à espacialidade existente, integrar-se ao espaço, mais do que tornar-se um símbolo. Não queríamos que o visitante, ao deixar o local, lembrasse de um objeto, mas sim de um lugar, de um evento, de uma atmosfera.
Propusemos, então, a cobertura como um elemento prismático regular, cuja cota superior deveria alinhar-se ao topo dos paredões de pedra. Nossa intenção era a de retomar o patamar “natural”, anterior à atividade humana, e assim criar uma relação com a história de conformação daquele espaço. A forma regular, por sua vez, vem a complementar a tensão com a espacialidade complexa da vegetação e da rocha circundante.
Local: Curitiba, Paraná - Brasil
Ano do projeto: 2013
Ano da construção: 2014
Área: 1.186,00 m2
Autoria: Pedro Duschenes, Gustavo Utrabo
Equipe: Lucas Issey Kodama, Felipe Gomes
Colaboração: Bernardo Bento
Fotos: Felipe Gomes